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DRE: O que é?
Ao explorar o universo contábil e financeiro, um dos conceitos mais fundamentais é a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). Primeiramente, a DRE se apresenta como um relatório financeiro que resume as operações financeiras de uma empresa em um determinado período. Em seguida, ao detalhar receitas, despesas, lucros e perdas, a DRE oferece uma visão clara do desempenho econômico da empresa. Assim, esta introdução visa desvendar os aspectos essenciais da DRE, destacando sua importância não apenas para a conformidade legal e fiscal, mas também como uma ferramenta crucial para a tomada de decisões estratégicas e o gerenciamento efetivo dos recursos empresariais.
Para alguns um papel sem importância (nesse caso, os que não sabe o seu real significado), para outros, é o que mais importa dentro de uma empresa, quando se fala em resultados.
Contudo nesse artigo, vou te explicar tudo o que precisa saber sobre uma D.R.E.
O que é uma D.R.E.?
Para começarmos a falar sobre esse assunto, primeiramente, temos que saber o que significa a sigla, não é mesmo? D.R.E é a Demonstração do Resultado do Exercício.
É um relatório contábil elaborado em conjunto com o balanço patrimonial que demonstra se a sua empresa teve lucro ou prejuízo em determinado período.
A D.R.E, foi instituída pelas leis: Lei 6.404 Art. 187 e lei n° 11.638/07.
Contudo, deve-se elaborar a Demonstração do Resultado do Exercício sempre obedecendo ao princípio do Regime de Competência, de modo que se lancem as receitas e as despesas no período em que aconteceram, e não somente quando recebidas ou pagas. Consequentemente, seu objetivo é detalhar a composição do Resultado Líquido de uma empresa no período de seu exercício financeiro, normalmente de janeiro a dezembro.
Como gerar uma DRE?
É importante ressaltar que a estrutura específica para uma D.R.E, dependerá do porte da empresa, mas no geral ela deve descriminar o seguinte:
- A Receita Bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos;
- A Receita Líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto;
- As despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;
- O Lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas;
- O Resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto;
- As participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa;
- O Lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.
De forma mais detalhada, vou explicar a o que compõe cada item descrito acima.
1. Receita Operacional Bruta
A Receita Operacional Bruta, compreende a todo faturamento feito pela empresa, independentemente de ter recebido ou não.
Vale lembrar, que as receitas oriundas por juros de pagamentos em atraso, ou rendimentos de investimento, não entram nessa parte, pois não dizem respeito a operação principal da empresa.
2. Deduções da Receita Bruta
As deduções da receita, tem as devoluções de vendas feitas pelos clientes, por qualquer motivo, mas que como o dinheiro não será recebido, devido a devolução, deve-se fazer o estorno do valor que está sendo somado no grupo da Receita Operacional.
Eventualmente, tem também, os abatimentos concedidos aos clientes, e os impostos que incidem sobre a vendas e/ou prestação de serviço.
3. Receita Operacional Líquida
A Receita operacional liquida é, todo seu faturamento, menos as devoluções, abatimentos e impostos.
4. Custos das Mercadorias e Serviços
O custo das mercadorias e serviços é basicamente o valor que foi gasto para levar o produto e/ou serviço até o momento de ser comercializado.
Nos casos de revenda de produto, o valor de custo de compra da mercadoria deve ser considerado e deve ser registrado no CPV (Custos dos Produtos Vendidos).
Na industrialização, o valor de mão de obra, matéria prima, e recursos necessários para a produção, devem estar nesse cálculo, o CMV (Custo das Mercadorias Vendidas).
E em serviços, deve considerar os gastos de mão de obra e os recursos necessários para levar o serviço a vendas, o CSP (Custo dos Serviços Prestados).
5. Resultado Operacional Bruto
Contudo, o resultado operacional bruto, é o quanto a empresa ganhou tirando as deduções e os gastos para levar os produtos e/ou serviços a venda.
6. Despesas Operacionais
As despesas operacionais, são gastos que envolvem ou não diretamente a operação de fabricação, aquisição de mercadorias e/ou prestação de serviço.
Como despesas operacionais temos o seguinte:
- Despesas com Vendas – São os gastos feitos que envolvem o processo de comercialização de um serviço e/ou produto. Exemplos: Despesas com alimentação, salários e ordenados, comissões a vendedores e outros.
- Despesas Administrativas – São gastos que não envolvem diretamente o processo de comercialização de um serviço e/ou produto, mas ainda assim, é considerado como despesas operacionais. Um ótimo exemplo de despesa administrativa, são os salários pagos a parte administrativa da empresa.
- Pró-Labore – representa um gasto destinado aos sócios que trabalham na empresa e pode não ter um envolvimento direto com a atividade principal da empresa. Não se recomenda classificá-lo em despesas administrativas, pois isso dificultaria algumas análises. Embora não exista uma obrigatoriedade legal para isso, trata-se de uma orientação por parte dos profissionais de contabilidade.
7. Despesas Financeiras/Receitas Financeiras
Assim, as receitas financeiras, devem ser somadas e as despesas subtraídas.
8. Outras Receitas e Despesas
Nessa parte da D.R.E, deve ser classificado as receitas da empresa que teve origem não relacionada a atividade principal da empresa, um bom exemplo seria os juros de aplicações financeiras recebidos.
9. Resultado Antes do IR e CSLL
Nessa parte, fica evidenciado o lucro líquido apurado pela empresa, antes da apuração da IR e CSLL.
Vale ressaltar que só é válido deduzir o IR e a CSLL para as empresas com regime de Lucro Presumido e Lucro Real.
10. Resultado Líquido do Exercício
Por fim, o resultado líquido do exercício evidencia o total de lucro apurado já descontados e acrescidos todos os acontecimentos dentro da empresa, gerando assim, o lucro ou prejuízo do exercício.
Qual a importância de uma D.R.E?
Depois de entender o que é D.R.E e conhecer um exemplo de sua estrutura, é hora de aprender qual sua importância dentro da contabilidade das empresas.
A Demonstração do Resultado do Exercício tem o objetivo de fornecer, mostrar, aos usuários das demonstrações financeiras das empresas, os dados básicos e essenciais da formação do resultado lucro ou prejuízo do exercício, que no caso seria o período de 12 meses.
É por meio dele que se avalia a capacidade de sua empresa e sua real situação, ou seja, é um dos relatórios mais importantes que o contador deve gerar.
A elaboração correta da D.R.E nos possibilita ter uma visão geral do resultado financeiro da empresa.
Assim, nos permite retirar informações extremamente relevantes. Alguns exemplos são: o montante das despesas gerais da organização, a composição dos custos relacionados aos produtos e serviços, a receita total de vendas, o lucro obtido pela empresa com suas operações, as incidências dos impostos sobre os produtos, o nível de endividamento em que se encontra e claro que, logicamente, quais serão as estratégias por consequência adotadas.
Para que serve a DRE?
A D.R.E serve também para gestão estratégica do negócio e para uma boa condução, administração corporativa.
Com a D.R.E se torna possível analisar de forma crítica os números apresentados e determinar a eficiência das práticas adotadas pela empresa, possibilitando assim uma boa gestão financeira no futuro e claro que o sucesso.
Em conclusão, a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é um instrumento vital para entender a saúde financeira de uma empresa. Além de cumprir requisitos legais e fiscais, a DRE oferece insights valiosos sobre a eficiência operacional e a lucratividade do negócio. Portanto, sua análise permite aos gestores e investidores tomar decisões informadas, planejar estrategicamente e identificar áreas para crescimento e melhoria. Assim, a DRE não é apenas um relatório contábil, mas uma bússola que direciona a empresa para um futuro financeiro mais estável e rentável.